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“Comida de verdade no campo e na cidade” é tema de debate virtual da Campanha em Defesa do Cerrado

Desde o Dia Internacional da Biodiversidade, celebrado em 22 de maio, a Campanha realiza uma série de diálogos virtuais com povos, comunidades e organizações presentes no território cerradeiro

Nesta quinta-feira, 02 de julho, às 18 horas (horário de Brasília), o quarto episódio da série de bate-papos ‘’Os saberes dos Povos do Cerrado e Biodiversidade’’, realizado pela Campanha Nacional em Defesa do Cerrado em parceria com o Observatório De Olho nos Ruralistas e com a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), abordará o tema “Comida de verdade no campo e na cidade em tempos de pandemia”.

“Precisamos falar sobre como a pandemia tem afetado a segurança alimentar de tantas famílias do campo e da cidade. Grande parte da população rural e urbana sofre com a ameaça constante da fome enquanto comunidades camponesas estão perdendo suas produções em razão da suspensão das feiras livres e outros canais de comercialização”, aponta Helena Lopes, assessora da ActionAid Brasil e responsável por mediar a transmissão ao vivo nesta próxima quinta.

Quebradeira de coco babaçu do Quilombo Cocalinho, no município de Parnarama (MA), Raimunda Nonata explica como o COVID-19 prejudica a comunidade a escoar a produção na região. “O que a gente produzia, o bolo, o biscoito, para vender na feira livre na cidade, nós não estamos mais vendendo, e a nossa safra do arroz e do feijão foi muito fraca. E aí a gente está muito preocupado por conta disso, e estamos com medo de passar fome”.

Para dialogar sobre os assuntos mencionados acima, participam do debate virtual Maria Kazé, da coordenação nacional do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Silvio Porto, professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Cidinha Moura, coordenadora da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE) no Mato Grosso, Francisco Wagner Pereira, Diretor Presidente da Cooperativa Grande Sertão, além de Helena Lopes, que será moderadora da roda de conversa.

Mas o que você entende por comida de verdade?

“Comida de verdade é aquela livre de transgênicos e agrotóxicos, diversa e saudável, e produzida de forma justa por meio de relações de convivência com os agroecossistemas”, considera Helena – entendimento que também é compartilhado pelas organizações que integram a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado. 

O bate-papo realizado nesta semana nos instiga a pensar “quem produz nossos alimentos?”,  e nos levará, a partir dos relatos, experiências e informações trazidas pelas convidadas e pelos convidados, aos territórios de camponeses, indígenas, assentados/as, povos e comunidades tradicionais e quilombolas, onde a agroecologia vai florescendo nos quintais produtivos, hortas e sistemas agroflorestais. 

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Lopes destaca que as experiências que serão apresentadas neste episódio da série têm garantido renda para a agricultura familiar e alimentação saudável a diversas famílias por meio do acesso a políticas de compras públicas e da construção social de mercados. 

“É preciso destacar algo muito importante: as experiências aqui apresentadas não foram criadas devido à pandemia. São, na verdade, fruto de processos históricos, políticos, sociais e produtivos, nos quais mulheres e homens, têm se engajado na defesa da terra e do território, dos direitos sociais, da produção justa e agroecológica e do fortalecimento dos caminhos de comercialização”, ressalta a assessora da ActionAid.

Políticas Públicas

Na última sexta-feira, 26, o Observatório De Olho nos Ruralistas publicou reportagem realizada a partir do acesso ao relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com os resultados do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foi liberado em 2019, que aponta, novamente, o protagonismo das mulheres nesta iniciativa de política pública, todavia os recursos para o programa têm diminuído ano após ano. 

“O presidente [Jair Bolsonaro, sem partido] barrou o auxílio de R$ 600 à classe e nenhum centavo dos R$ 500 milhões prometidos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foi liberado. As que mais sofrem com este abandono são as mulheres rurais, que representam oito em cada dez beneficiários do PAA, somando todas as categorias. Entre assentados e quilombolas, a proporção cresce ainda mais”, aponta a matéria do De Olho.

Para Helena Lopes, o bate-papo virtual é um espaço de aprendizado entre as experiências e de inspiração, e também de “cobrar o papel do Estado de atuar junto aos povos do campo, das águas, das florestas e das cidades garantindo comida de verdade, em tempos de pandemia e sempre”.


Serviço

Debate virtual “Comida de verdade no campo e na cidade em tempos de pandemia”

Data/horário: 02 de julho, às 18h (horário de Brasília)

Canal de transmissão: www.facebook.com/campanhacerrado

Realização: Campanha Nacional em Defesa do Cerrado

Parceria: Observatório De Olho nos Ruralistas e Articulação Nacional de Agroecologia (ANA)

Contatos para a Imprensa:

Bruno Santiago +55 011 99985-0378

Elvis Marques +55 062 99113-8277 

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Texto: Assessoria de Comunicação da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado

Foto principal: Bruno Santiago