Parque Estadual da Serra Dourada (GO) está em chamas
Um dos principais refúgios naturais da flora e da fauna do Cerrado goiano vivencia mais um ano de incêndios descontrolados
Com mais de 30 focos de incêndios registrados desde o mês de maio de 2020 na Cidade de Goiás, distante 140 quilômetros da capital Goiânia (GO), o fogo chegou nos últimos dias com intensidade no Parque Estadual da Serra Dourada (PESD), que possui uma área aproximada de 30 mil hectares. O parque foi criado pelo governo do estado de Goiás por meio do Decreto nº 5.768, de 5 de junho de 2003, e abrange os municípios da Cidade de Goiás, Buriti de Goiás e Mossâmedes.
Vários aceiros [aberturas realizadas na vegetação antes e durante operações de prevenção e combate ao fogo] foram feitos por pessoas que combatem o fogo no local, e a expectativa é que isso ajude a controlar as chamas. “O Corpo de Bombeiros este ano está mais equipado que em anos anteriores”, conta um morador local que ajuda a conter o fogo no local, que afirma ainda: “Até à noite saberemos se o aceiro funcionou ou não”.
A delimitação do Parque Estadual da Serra Dourada, na região da antiga capital do estado, Cidade de Goiás. Fonte: meioambiente.go.gov.br/
Com mais de 60% do território municipal convertido em pasto, o Cerrado na antiga capital do estado de Goiás está fragmentado e não consegue mais realizar a totalidade de suas funções ecológicas, gerando graves desequilíbrios ambientais e condenando centenas de espécies da fauna e da flora à extinção.
“Diante de uma ineficiente Secretaria Municipal de Meio Ambiente, da omissão do Poder Executivo Municipal, da ausência do Poder Judiciário e do desinteresse do governo estadual, a agenda da destruição segue impunemente na região do Rio Vermelho”, denuncia o grupo Águas do Cerrado, que compõe o Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo (GWATÁ), da Universidade Estadual de Goiás (UEG).
A certeza da impunidade faz avançar os crimes ambientais, e “suas consequências já são percebidas na cada vez menor disponibilidade hídrica do município, com a redução de vazão de vários mananciais, afetando o sistema de abastecimento de água, impactando a pecuária, agricultura e os serviços de lazer e turismo”, analisa o grupo Águas do Cerrado.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado com informações do grupo Águas do Cerrado / GWATÁ – UEG
Foto: Neilor (Reserva Biológica da UFG)