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Livro retrata envolvimento de mulheres Kalunga com o Cerrado em Vão de Almas, Goiás

A mulher Kalunga é uma caminhante. O alimento, o sabão, o óleo, o remédio, a lenha, o tecido, tudo que ela produz para dar vida é movimento do seu corpo pelo território. O movimento é conhecimento e experiência. O movimento das águas, da terra e dos céus está em seu corpo. No tempo das águas, ela está na roça; na seca, vai catar coco Indaiá para fazer óleo, vai pegar tingui para fazer sabão, vai ralar mandioca para fazer farinha, vai tecer no tear a coberta, vai ao Festejo de sua santa de devoção.

Em 2019, o livro “Corpo Território Mulher Kalunga” trouxe a público este e outros relatos, em palavras e imagens, da vivência das mulheres quilombolas Kalunga da comunidade de Vão de Almas, que fica no município de Cavalcante, em Goiás. O livro foi produzido pela Mãe de Óleos Kalunga e pela Articulação Pacari Raizeiras do Cerrado, com apoio da Heinrich Böll Stiftung Brasil. 

O território Kalunga, considerado o maior território quilombola do Brasil, está situado no nordeste do estado de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros, e abrange os municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre. Para chegar à comunidade de Vão de Almas, é preciso pegar um carro tracionado na cidade de Teresina de Goiás, atravessar a Serra do Pouso do Padre, de onde se avista o Rio Almas correndo para a comunidade, e seguir o seu rumo, até encontrar a travessia do rio.

Na época da seca, o Rio Almas, com suas águas limpas e calmas, espraia-se em pedras e areia branca para deixar o povo passar. Nas chuvas, a travessia é só de canoa. O rio vem de longe, banha o Vão e segue com coragem para cair no Paranã. Beirando árvores, contornando morros, exibindo pedras, protegendo o povo, corre a alma do rio.

Para saber mais sobre o corpo-território das mulheres Kalunga de Vão de Almas, acesse e baixe a publicação aqui.

No vídeo a seguir você acompanha as mulheres retratadas no livro recebendo e comentando a publicação em que tiveram parte de suas vidas registradas.  

 


Com informações da Articulação Pacari Raizeiras do Cerrado

Fotos: Jaqueline Evangelista Dias

Mulheres, Povos e comunidades, notícia/Release