No dia em que se destacam as lutas indígenas, conheça os casos do TPP que afetam povos originários no Cerrado
No dia em que relembramos as lutas dos povos originários em defesa de suas terras e territórios ancestrais, a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado chama a atenção para os casos apresentados ao Tribunal Permanente dos Povos (TPP) em Defesa dos Territórios do Cerrado que incidem sobre a vida de povos originários.
Em comum, os casos apresentam a expropriação de terras e águas fundamentais à vida dos povos, seja pela contaminação por agrotóxicos, seja pelo cercamento ou pela grilagem. Como autores das violências estão Estados nacionais e estrangeiros, além de empresas de dentro e de fora do país, incluindo fundos de pensão internacionais.
A Campanha convida a todas e todos a ouvirem as vozes que denunciam as violações, e a somarem na luta, lado a lado, em defesa da permanência dos povos originários em seus territórios ancestrais com plenas condições de vida e relação com a terra.
Já é tempo de fazer a #JustiçaQueBrotaDaTerra
MATO GROSSO DO SUL
Povos indígenas Guarani e Kaiowá e Kinikinau em Terras Indígenas e retomadas em diversos municípios do Mato Grosso do Sul lutam para seguir existindo enquanto enquanto enfrentam situações de desterritorialização, confinamento extremo, assassinatos, torturas, espancamentos, ataques com armas de fogo, agrotóxicos e insegurança alimentar extrema constituindo um processo de genocídio/etnocídio em curso, no marco de décadas de intensos conflitos com fazendeiros e grileiros do agronegócio exportador, com apoio do estado e de poderosos políticos.
PIAUÍ
Comunidade Tradicional do Território Chupé e Povo indígena Akroá Gamella, da Terra Indígena Vão do Vico, no município de Santa Filomena, lutam pela permanência e titulação de seus territórios enquanto sofrem com a expropriação ilegal e desmatamento de parte de seus territórios tradicionais nas chapadas por empreendimentos de monocultivo de soja de grileiros, políticos e fundos de pensão internacionais. São muitos os impactos ambientais sofridos com contaminação por agrotóxicos nas nascentes de água, do solo e das roças das comunidades por via área através do vento, violências e mais recentemente grilagem verde (via CAR) nos baixões, na parte dos territórios tradicionais.
TOCANTINS
Povos Indígenas Krahô-Takaywrá e Krahô Kanela no município de Lagoa da Confusão resistem à apropriação ilegal das águas por meio de barragens, canais, bombas e desvio do leito do rio, à consequente seca, ao desmatamento e à contaminação por agrotóxicos na bacia dos rios Formoso e Javaés, afluentes do Araguaia, causadas pelos produtores do Projeto Rio Formoso de monocultivo irrigado de arroz, soja e outros, com apoio do Estado e omissão do órgão fiscalizador (Naturatins). Enquanto sofrem a afetação nas águas, base da reprodução de seus modos de vida e sua saúde, os Krahô-Takaywrá lutam pela demarcação de seu território e os Krahô Kanela vivem em 7 mil hectares e lutam pela outra parte do território que está ainda em posse dos fazendeiros.
Saiba mais sobre o TPP: https://tribunaldocerrado.org.br/
Foto em destaque: Andressa Zumpano