Campanha Nacional em Defesa do Cerrado reúne sua coordenação ampliada
Nesta terça-feira, 26 de abril, a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado reuniu sua coordenação ampliada para discutir e avaliar as ações do Tribunal Permanente dos Povos em Defesa dos Territórios do Cerrado (TPP). Cerca de 50 pessoas participaram da reunião em formato virtual, entre representantes de povos indígenas, comunidades tradicionais, grupos de pesquisa, movimentos e organizações integrantes da Campanha.
A reunião ofereceu um espaço de avaliação, articulação e construção coletiva das ações do TPP. Foram discutidos os efeitos que podem ser observados a partir da trajetória do Tribunal até o momento atual, destacando os impactos positivos e os elementos que podem ser aprimorados. A coordenação ampliada também debateu coletivamente sobre os próximos passos do Tribunal, apresentando propostas concretas e deliberando sobre as futuras atividades que serão implementadas.
Raimunda Nonata, da Comunidade Quilombola Cocalinho, situada no leste maranhense, relatou que as violações e denúncias que são feitas a respeito do caso de Cocalinho e Guerreiro ganharam mais visibilidade a partir da atuação do Tribunal. Nonata também destacou que o processo do TPP têm colaborado com a organização política interna das famílias que vivem na comunidade.
O aumento da visibilidade também foi um ponto destacado por Davi Krahô, representante do caso do Povos Indígenas Krahô-Takaywrá, Krahô Kanela e comunidades assentadas da reforma agrária nos municípios de Formoso do Araguaia e Lagoa da Confusão (TO). “As pessoas em nosso estado não sabem o que a gente passa em nossa comunidade, não sabem sobre a questão dos ataques de agrotóxicos, por isso o Tribunal é muito importante, ajudando a mostrar a nossa realidade para o país e a nível internacional também”, enfatizou Davi.
WCelia Carvalho, agente do Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu (Miqcb) no Maranhão, relatou que as discussões do TPP junto às comunidades tem levado esperança e força de vontade às moradoras e moradores do Acampamento Viva Deus, em Imperatriz, Maranhão. "Com as audiências do Tribunal deu pra perceber que a comunidade tem esperança de ter alimentação saudável de novo, produção e também acesso à terra e ao território livres", disse WCelia, que assessora a comunidade de Viva Deus.
Em plenária, os/as participantes partilharam sobre o fortalecimento das lutas e resistências das comunidades tradicionais e povos indígenas a partir da construção do Tribunal, que agora passa a dedicar seus esforços para a organização e mobilização da Audiência Final sobre Terra e Território, agendada para acontecer entre os dias 8 e 10 de julho, em Goiânia (GO), com transmissão pelos canais de comunicação da Campanha.